Laranjonicas

Nasce o Sol. Passamos pelo nosso dia rotineiro, com suas dificuldades e desilusões, mas também com suas conquistas e vitórias. Chega então a lua, que aposenta o Sol até o fim desse novo começo. Quando estamos exaustos, dormimos. Quando não estamos, praticamos nossos Hobbes ou interreses, afazeres ou obrigações.
Como em todo o dia, a noite continua lá, mas você acaba dormindo, e perde o melhor de toda a história. No fim de tudo, todos adormecem e você continua acordado, vivo, iludido. Não adiante fugir, você desliga a TV e deixa o quarto escuro, apenas com a janela aberta perto do travesseiro, onde você deita a cabeça e fica apenas observando. Como se o céu fosse uma maravilha da natureza, onde você consegue pensar, observar e apreciar. Tudo ao mesmo tempo.
A escuridão do céu, acompanhada da luz das estrelas e da lua, traz tudo com oque você se preocupa, importa, quer ou já tem. Traz tudo para sua mente, onde estranhamente nada fica enrolado, pelo contrário, tudo muito bem organizado em seu tópico, em seu assunto. Vários tipos de coisas passam variadamente em cada pessoa, um objeto, uma ação, uma pessoa.
Observo esse espetáculo sentado, pensando na vida, em tudo, em nada. As nuvens passam apressadas, tornando difícil uma identificação, em uma hora ela parece uma ovelha, na outra já parece um telefone sem fio. E se todo mundo fosse uma nuvem? Mudando todo o tempo, mas todas correndo na mesma velocidade. Como num combinado, todas conseguem fazer uma imagem, que te lembra outra coisa, que faz você rapidamente lembrar que esqueceu de perguntar ao Jõao quando é o aniversário da Maria. Uma variação enorme de idéias passando pelo seu cérebro.
O tempo para. Você olha para o relógio e vê que se passaram 5 minutos, mas na sua mente se passou 1 hora, 40 minutos...
Agora que começou não da mais para parar. Você não senti sono, mas um conforto passa por todo seu corpo, sem você mesmo perceber. Você está feliz. Lembrando de uma piada que ouviu na rua, de uma pessoa que te fez sorrir, do pobre homen tentando vender aquela barra de "suflair" no semáforo da outra rua.
Você coloca tudo em dia. Todos os pensamentos arrumados feito pastas de trabalho. Organizadas e corretas.
Na sua cabeça se passaram dias e dias. Você percebe que a lua ainda está forte. Como brilha. Em dias assim, a luz da lua fica mais forte que a de um poste elétrico desses de rua. O céu muda de tonalidade. Você olha para o relógio mais uma vez. A noite está quase acabando. Olha para o céu de novo. Está quase azul. Você boceja e sente sono. Hora de dormir. Você fecha os olhos e deita no travesseiro, enquanto isso, num lugar bem distante, o planeta termina uma volta em si mesma, escondendo a lua e num tom de Crepúsculo, fazendo novamente nascer o Sol para o começo de um novo fim.